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Coerência textual

Atualizado: 8 de abr. de 2021



O que nos faz entender um texto?


O que faz que um texto tenha sentido?


A resposta está no que chamamos de Coerência Textual.

Durante minha vida de professora de Português, notei que grande parte das redações que eu corrigia tinha problemas de coerência.


Por isso, não conseguiam transmitir as informações almejadas.


Assim, passei a adotar uma metodologia diferenciada por meio de debates sobre temas da atualidade e a incentivar a aquisição de vocabulário.


Para elaborar um texto coerente é preciso ir além do que está óbvio, explícito, pois não se pode ficar apenas na superfície textual.


É necessário saber que escrever de forma coerente depende da ativação de um conjunto de princípios que podem estar internos ou externos à linguagem.


Em primeiro lugar é preciso ter um conhecimento de mundo.

Isto é, uma bagagem cultural que nos possibilitará transmitir o que está nas entrelinhas do texto e até trabalhar com a intertextualidade, isto é fazer referência a outros textos.


Não se pode esquecer de que o conhecimento linguístico também é de suma importância, uma vez que a estrutura linguística é fundamental para a manutenção do sentido.


Saber usar as vírgulas e os acentos graves indicativos de crase faz toda a diferença quando falamos de coerência.


Uma vírgula mal colocada pode mudar todo o sentido de uma frase, é o que ocorre quando escrevemos ”O homem, que é mortal, retorna ao pó”.

Quando colocamos a oração adjetiva (que é mortal) entre vírgulas, fazemos a

generalização, ou seja, o que se falou foi que todos os homens são mortais e

que todos retornam ao pó.


Se o escritor desavisado tirar as vírgulas, haverá um sentido de restrição e o que entenderemos é que apenas os homens mortais retornarão ao pó, e aí vem a pergunta: existem homens imortais?


É claro que não, por isso, uma frase dessas tira a coerência do texto dissertativo, que trabalha com fatos, e pode levar até à eliminação em um concurso público.


Outro fator de coerência é o conhecimento partilhado.

O conhecimento de mundo e o linguístico não são o bastante para que as informações sejam bem transmitidas.


É necessário que haja o partilhamento de sentido com quem se está falando ou para quem se está escrevendo.


Um médico que vá ministrar uma palestra em uma escola de nível médio deve usar uma linguagem simples e clara para que os alunos o entendam, pois, se ele usar uma linguagem técnica, o que se salvará dessa palestra para os alunos?


Entenderam como a coerência é importante?

Em suma, é necessário saber como funcionam os textos, analisar os processos de escrita e oralidade por meio de estratégias argumentativas, escolha de vocabulário e conhecimento mais apurado do idioma, além de procurar assimilar o máximo de conhecimento possível.


Só assim poderemos ter mais facilidade para redigir textos claros, coerentes e até de entender aqueles que nos pareciam mais complexos.

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